Governador de Roraima pede ‘serenidade’ em reunião após discurso de Bolsonaro sobre coronavírus

Antonio Denarium (PSL) não comentou declarações do presidente sobre o fim de quarentenas e isolamentos sociais no país. Roraima tem 8 casos confirmados da Covid-19 e investiga outros 21 registros suspeitos.

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O governador de Roraima, Antonio Denarium (PSL), pediu serenidade aos demais governadores do país durante reunião por videoconferência na tarde desta quarta-feira (25). O encontro virtual foi conduzido pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pedir o fim da quarentena diante da pandemia do novo coronavírus.

Apoiador declarado de Bolsonaro, Denarium não se manifestou sobre as declarações do presidente. A prefeita de Boa Vista, Teresa Surita (MDB), no entanto, reagiu ao posicionamento e manteve as medidas restritivas já anunciadas.

Na reunião, em tom conciliador, Denarium sugeriu equilíbrio com governo federal e disse que o momento é de alinhamento frente à crise do coronavírus. “Precisamos de harmonia e serenidade nesse momento tão difícil da história do Brasil”, disse ele em um áudio que o G1 teve acesso.

“Solicito dos governadores serenidade na condução dessa negociação com o governo federal. O presidente Jair Bolsonaro foi receptivo nas nossas solicitações, nos nossos atendimentos. Agora temos que regulamentar essas ações e abrir um diálogo com o presidente da República”, disse o bolsonarista.

Roraima tem 8 casos confirmados da Covid-19 e investiga outros 21 registros suspeitos – 13 em Boa Vista, quatro em Bonfim, três em Pacaraima e um em Rorainópolis, conforme o último boletim epidemiológico divulgado na noite desta quarta (25) pela Secretaria estadual de Saúde.

O estado, até então, está sob decreto de calamidade pública, determinado por Denarium. Entre as medidas restritivas estão a proibição de funcionamento do comércio e reuniões públicas, e autorização para uso de força policial para garantir o isolamento social.

Na reunião 26 dos 27 governadores elaboraram uma carta com pedidos ao governo federal. Entre as solicitações estão a suspensão por 12 meses do pagamento das dívidas dos estados e a aplicação da lei que institui uma renda básica de cidadania para todos os brasileiros.

Sancionada em 2005 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a lei prevê o “direito de todos os brasileiros residentes no País e estrangeiros residentes há pelo menos 5 (cinco) anos no Brasil, não importando sua condição socioeconômica, receberem, anualmente, um benefício monetário”.

Denarium chegou a pedir para que os governadores incluíssem na carta um período maior do fechamento das fronteiras com a Guiana e Venezuela. O pedido, no então, não foi incluso na carta. As duas fronteiras foram fechadas pelo governo federal e só devem reabrir em abril.